Sunday

*Manifesto Pipoca* {primavera/01]

O problema é a maldita PIPOCAAAAAA!!! Meu marido faz parecer que eu que sou neurótica, mas graçasadeus encontrei almas-gêmeas, como vocês, para dividir meu ódio por pessoas comendo pipoca de boca aberta durante o filme... Nossa, eu só não subo pelas paredes porque meu marido fica fazendo cada cara.... Tenho que me controlar pra não brigar com ele também. Aliás, nós já brigamos por causa disso.. Eu sempre mudo de lugar, reclamo, fico falando [em português, o que me salva, mas a minha entonação é bem irritada!]. No Crouching Tiger, Hidden Dragon o cinema estava lotado e nós sentamos do lado das cadeiras com espaço pra deficiente. Ainda bem que tinha um espação, porque tinha uma família DEVORANDO pacotes de tudo [aqui vendem nachos com queijo no cinema, além de hot dogs, sorvetes, balas, café, sodas..] e do outro lado um casal gordinho. Quando o filme começou, eles abriram a mochila e começaram a tirar coisas! Pacotes de cheetos.... Fazendo aquele barulhão!! Aqui também é proibido trazer coisa de fora do cinema pra comer. Eles querem te obrigar a consumir as coisas caríssimas que eles vendem dentro do teatro. Só pra exemplificar, uma pipoca e uma pepsi [ambos size small] sai quase $10.... mais caro que o preço do ingresso... Então tem gente que leva coisa na bolsa. Eu às vezes levo um chocolatinho. Mas mochila com pacote de 1kg de salgadinho crocante é demais, né? Bom, eu fiquei louca.. aquele filme lindo e a mulher tentando abrir o sacão de cheetos.... CracCraccraccrrrrraccccc! Vontade de levantar e arrancar o sacão da mão dela, jogar no lixo e ainda dar um tabefe na cara da fulana.... Mas meu marido já tava de cara feia comigo e eu me controlei. Mas uma outra pessoa no banco da frente não aguentou e reclamou. A farofeira ainda retrucou 'só estou querendo comer uns chips..'. GRRRRR!!



Ontem fomos na sessão das 6:30pm ver Pollock e o cinema alternativo lá de Sacramento nunca esteve tão lotado. É daqueles cinemões antigos [igual o Crest, aquele da década de 40, em downtown onde eu vi Dancer in the Dark] e tem uma sala enorme em escadarias, bem legal, só que os espaços entre as cadeiras são estreitos e então fica a fileira de trás fungando no seu cangote. Eu sentei num lugar estratégico, no altão, de lado, assim não iria ter uma multidão ao meu redor [alem de neuras de barulho de boca, eu tenho uma claustrofobia e fico terrivelmente inconfortável no meio de multidões... eu sei, preciso de ajuda... urgente!!! ;-)]. Pois não é que sentaram dois 'pernalongas' atrás de nós? Ela com os pés na cadeira do lado da minha. O cinema é velho, tudo ressoa, vibra... Eu dei varias olhadas congelantes pros pés da mulher, mas ela não se tocou. Dai me chega um casal com um SACÃO GIGANTESCO de pipoca e cada um com um copão de pepsi..... Eu quis chorar! O homem [era um casal de uns quase 70 anos] mastigando de boca aberta, fazendo o maior barulho..... Isso é um treinamento zen pra mim, ceis nem imaginam.........



O problema aqui é que a maioria dos filmes NÃO tem legendas como tem ai no Brasil, então você tem que ficar quieto pra poder ouvir o filme. Acho que o pessoal fala aí porque não tá preocupado, tem legenda em caso algo escape. Aqui não tem... E se você ta comendo fazendo barulho, como você vai ouvir os diálogos?? Será que eu também tenho problema de audição [além de ser uma persona non-zen]?? Eu quero OUVIR e VER tudo e esses pipocudos não me deixam. Revolta! Revolta! Revolta!! Silêncio no cinema, JÁ!!!!!!
*Perdendo até a cabeça* [Primavera/01]

Minha mãe costumava dizer que eu só não perdia a cabeça, porque estava grudada no meu corpo.... Ela sempre teve razão. Eu sou distraída e muitas vezes já entrei em confas terríveis por causa da minha cabeça de vento.....



Hoje levei um baita susto! Eu sempre levo sustos, porque quando a vida bate de frente eu to sempre pensando na morte da bezerra ou muito ocupada fazendo coisas inúteis....



Hoje eu fui revelar uns filmes e comprar produtos de limpeza e banheiro e aproveitei e fui num shopping lá em Sacramento, desses abertos, que tem algumas outras lojas que eu curto encaroçar e comprar. Fiz o que tinha que fazer e fui olhar com calma uma loja de ponta de estoque que eu adoro! Lá você compra de tudo, mas tem que entrar com tempo e paciência, porque é tudo amontoado, zoneado e sempre cheio de gente. Eu fiquei umas duas horas lá dentro, olhando mil coisas [to precisando de coisas pro verão!] e enchendo o meu carrinho [sim, você faz compras lá com um carrinho de supermercado!]. Eu sempre faço assim: ponho tudo o que vou gostando no carrinho, depois vou pensando e acabo devolvendo metade das coisas! Hoje eu realmente tava animada! Escolhi um montão de roupetas, umas taças de vinho, um lençol, um outro quilt [já falei que sou louca por eles?] e fui ver os sapatos. Experimentei uns cinco pares de sandálias e depois fui olhar as bolsas, que são outra paixão! A loja é uma ZONA e hoje tudo estava particularmente desorganizado. Eu achei uma bolsa que eu amei [da Guess] por apenas $9,99 e já fui pendurando no ombro, pra ver como ficava, me olhando nos espelhos e tal. Ainda circulei pela loja um tempão ate resolver ir pros vestiários experimentar as roupas. Eles contam os cabides, te dão um número e você entra nas cabines. Eu pendurei todas as roupetas calmamente e sorridentemente nos ganchos e ..................................................[[[ PLIN!! ]]] ..... caiu a ficha: CADÊ A MINHA BOLSA??????????? Sai correndo, saltando e empurrando, disse pra moça da porta - I LOST MY PURSE!!! Fui dando um pique pela loja, direto pro lugar das bolsas, porque eu lembrei de ter pendurado a bolsa nova no ombro e dai que me toquei que pendurei uma e não estava carregando a outra! Avisei uma vendedora que já interfonou pra vários lugares perguntando se alguém tinha achado uma bolsa. Enquanto eu corria pra lá e pra cá, voltava pra dizer pra vendedora 'é uma bolsa assim assado, cor beije...'. E corria refazendo o caminho que já tinha feito na morosidade e tranquilidade. A cena foi hilária e patética! Eu correndo desengonçada pela loja..... Que absurdo, perder a própria bolsa!! Eu tava me cagando, porque meus credit cards estavam lá e também a minha ID, meu cartão ATM do banco.... Além do dinheiro que eu ganhei no cassino no domingo.... :-) Que medo que alguém tivesse pego meus cartões... Iria ser uma encheção de saco, sem falar que tem lugares [como postos de gasolina] onde só se passa o cartão e nem precisa assinar. Eu sempre morro de medo de perder minhas coisas, porque sei que é só dor de cabeça. Aqui até que as coisas funcionam eficientemente quando esses acidentes acontecem, mas o meu ultraje era pensar que eu tinha largado minha bolsa em algum canto, sem nem ao menos perceber, parecendo uma coisa super irresponsável, super fútil, super cabeça de minhoca.



No meio do corre-corre me deu uma luz e eu visualizei a hora que eu tava experimentando as sandálias na área dos sapatos e tava tamanha ZONA que eu não achava lugar pra por as caixas... Corri lá e a bolsa esta ainda no banquinho!!!! Abri a dita cuja, tremendo, pra checar os cartões e estavam todos lá! O dinheiro também.... GRACASADEUS!!! UFAAAAAAAAA!!!!!! Avisei a vendedora que me olhou com uma cara de 'que saco!!' e ainda tive a cara de pau de comentar 'nossa, como a gente pode ficar distraída aqui dentro, hein?'... As palavras fizeram eco na minha cabeça desmiolada.... Acorda, Fezoca! Se liga pra vida, hein??? Voltei pro vestiário e acho que perdi ate o tesão de comprar, porque nenhuma roupa ficou legal. Devolvi todas e dai fui resolver outras coisas. Devolvi o lençol, o quilt, as taças.... Comprei a bolsa e as sandálias. Uma delas, que fiquei indecisa entre o 39 e o 38 e depois de muita encasquetação filosófica libriana acabei optando pelo 38, ficou muito justa. Vou ter que ir lá devolver.... Here we go again....
*Cotton Club - the movie* [Primavera/01]

Fiquei ate a 1:30am vendo um filme na tv. Eu nem estava planejando ver nada, mas sentei pra dar uma zapeada e o filme tava comecando. Era The Cotton Club, do Francis Coppola.

Eu vi esse filme faz tantos anos, no cinema. Nunca mais revi. Desta vez adorei mesmo todas as performances de danca! Uau! Lembrei do Marcelo, porque os caras sao bons no sapateado. Naquela cena onde o Gregory Hines e a namorada vao ao clube dos sapateadores e todos eles dao uma canja e depois dancam juntos eh fantastica! Amei o figurino, a reconstituicao de epoca e tambem gostei de ver a cara de alguns atores ainda tao novinhos [Diane Lane, Nicolas Cage e ate o Richar Gere, com aquele bigodinho ridiculo, mas estava gostosao como sempre!]. Tambem gostei de ver o sumido Bob Hoskins e o Tom Waits!! Outras caras que apareceram no filme eu nem acreditei: o Mario Van Peebles, como um dancarino exotico do CC; a Jennifer Grey [antes de operar o nariz e mudar de cara] como a esposinha do Nicolas Cage; o Laurence Fishburne, como um jogador; e o que eu mais vibrei: JOE DALESSANDRO, no papel de 'Lucky' Luciano!!! Ele ainda estava um xuxizinho... agora esta um bofe decadente, que pena! O cara que fez o Cab Calloway tambem estava muito bom. Alias, tudo estava bom! Eu curti muito rever esse filme!!
*Memento* [Primavera/01]

Depois de 3 semanas de secura de cinema, ontem fomos a Sacramento no Tower Theater ver o filme que todo mundo ta comentando: Memento.

Vou dizer porque eu gostei e nao gostei.

Gostei porque eu gosto de tudo que eh diferente e esse filme comeca no final e termina com o inicio... :-) Eh que ele eh feito de tras pra frente e de proposito [o montador nao estava drogado!]. Entao o filme comeca com o fim e vai se desenvolvento em pequenos fragmentos de lembrancas do protagonista [o guapo australiano Guy Pearce, fofissimo demais de cabelos loiros e todo tatuado].

Lenny nao tem memoria de 'short term' [nao sei como traduz isso!]. Entao ele nao consegue reter informacao recem-adquirida. Ele lembra de tudo ate o momento da morte da esposa e depois disso baubau. O objetivo dele eh vingar a morte dela, que segundo ele foi estuprada e morta por um tal de John G. Para lembrar-se dos fatos e dados da sua investigacao, ele carrega uma pasta com anotacoes, tira fotos polaroides e tudo e todos e tatua frases importantes no proprio corpo.

O filme vai andando pra tras, fazendo voce colar os fragmentos como num quebra-cabeca, ate o final[ou comeco!] surpreendente.

Eu nao gostei do exagero do vai e vem dos fragmentos, que vao pra frente [ou pra tras.. ai, que confa!] e pra tras [ou pra frente??] muitas vezes, repetindo muitas cenas e dando um cansaco.... E nas cenas intermediarias em preto&branco, Lenny fala ao telefone, contando a historia do crime e de um ex-cliente dele, que passou pelo mesmo problema de memoria depois de um acidente. Essas cenas sao arrastadas e eu fiquei revirando[bunda esquerda/bunda direita] na cadeira....

Mas na soma total, eu achei Memento muito legal..... Criativo, bem feito e fiquei fanzoca do pequenito Guy Pearce! :-)
*TvNet* [Primavera/01]

Outro dia eu peguei um canal brasileiro de televisão pela internet. Era a Rede Record de Cuiabá, senão me engano. Foi uma experiência interessante. Primeiro vi o programa da Adriane Galisteu. Depois vi um filme dublado em português e por fim vi o jornal Notícias da Record. O jornal até que não era ruim, mas tinha um direcionamento muito político e sinceramente, eu fiquei de saco cheio ao constatar que faz quase dez anos que eu saí do Brasil e parece que nada mudou na
política brasileira. Fiquei irritada com uma notícia sobre o afundamento da plataforma da Petrobrás [ que dizia que o relatório especificando os problemas só foi lido UMA SEMANA depois do acidente] e como as outras reportagens falando de gente que eu nem conheço não eram menos irritantes, eu fechei a conexão.....

Ver o tal programa da tal Adriane Galisteu, me fez entender o fanatismo da classe média brasileira pela tv a cabo. Tem mesmo que se enfiar de cara na mediocridade americana, porque a mediocridade brasileira é BEM pior!

O filme dublado era Mrs. Winterbourne com a Shirley Maclaine, o Brendan Fraser e a Ricki Lake. Eu assisti ao filme inteiro e confesso que, agora que filmes dublados são uma raridade pra mim, acho essa prática muito esquisita Primeiro porque a dublagem deixa os diálogos com um ar falso. Depois porque os personagens falam um português que eu NUNCA ouvi ninguém falando: empostado, gramaticalmente perfeito ao exagero e com uma pronúncia que parece ser da terra-do-nunca, porque não é carioca, não é paulista, não é baiano, não é gaúcho.....

Comentávamos ontem, ainda na mesa do almoço devorando ovinhos de chocolate, por que a maneira como as pessoas falam na tv brasileira parece falsa. O Senhor Ursão disse que não entende por que os jornalistas lêem as notícias de uma maneira quase cantada. E a questão dos filmes dublados também veio à tona, com experiências semelhantes na Noruega [onde eles dublam o filme para o norueguês e põe legendas em inglês... ainda não entendi qual é o raciocínio daqueles vikings!]. Por que o filme dublado soa tão estranho, se o inglês do original soa como qualquer diálogo que se ouve na rua? Por que a dublagem não pode ser feita com a mesma displicência dos diálogos originais?

Em Los Angeles eu pude rever um capítulo da novela Chica da Silva dublada em espanhol para o canal Telemundo. A sensação de que algo estava errado, algo estava fora do lugar, foi gigantesca. Talvez porque eu estivesse acostumada com o som das novelas, que pelas minhas lembranças de televisão brasileira eram o único retrato mais ou menos próximo do que é o nosso português cotidiano, das ruas, de como realmente falamos.

Still wondering.....